Não crescemos, se não mudarmos... acabei de ouvir.
É certo! E eu quero mudar, para crescer.
Mas, agora, não consigo; não tenho tempo; não me consigo concentrar na mudança que preciso!
Estou ocupada a ser confrontada com situações que me desafiam, que me assustam e que me fazem colocar em causa as minhas capacidades. Situações simples e que eu boicoto, constantemente.
Depois de ultrapassar esta fase (que está quase a terminar e, espero, que da melhor forma possível, ou seja, boa ou razoável), vou ter que arranjar tempo para a tão merecida mudança, para o crescimento. Então, as próximas fases, sejam elas quais forem, vão ser encaradas com outra disposição, com outro alento, com outra vontade e confiança!
Há coisas que não conseguimos mudar, pelo menos, não facilmente.
Que dependem de nós, mas não só.
Vou partir do princípio que não vão mudar, não já, não num futuro próximo.
Para encarar este facto sem me entregar à "monotonia monótona, rotineira e cinzenta", quero mudar, tenho que mudar!
Quero crescer, mudar, sorrir, a torto e a direito.
Sorrir para as pessoas desconhecidas que passam por mim na rua, para quem se cruza comigo no supermercado, para quem está parado no trânsito no carro ao lado do meu.
Sorrir para os vizinhos com quem me cruzo nas escadas, para os colegas de trabalho, para os colegas de faculdade, para os professores e funcionários.
Sorrir para e com os amigos.
Quero cumprimentar quem se me dirige, sem o olhar cansado a pesar-me nos olhos.
Quero responder com firmeza e calmamente às perguntas que me são feitas, por mais estúpidas que me possam parecer ou por mais que já as tenha respondido nos últimos minutos.
Quero não me sentir incomodada quando me pedem ajuda ou direcções. Não sentir isso como uma invasão do meu espaço, um roubo do meu tempo.
Quero correr, nadar, andar, saltar, rir, dançar... dançar... dançar... adoro dançar e há que tempos que não o faço. Dançar durante horas, de olhos fechados, de olhos abertos, toda a noite.
Quero passear sob o sol de Inverno, no frio de um fim de tarde de Primavera, ao pôr-do-sol de Verão e sobre as folhas quebradiças de Outono. Adoro pisar as folhas no Outono.
Quero mudar.
Quero crescer.
Quero encarar as coisas que sei que não vão mudar, com mais leveza.
Quero não me sentir como a mais infeliz das infelizes só porque essas coisas não vão mudar.
Se elas não mudam, mudo eu! Vou mudar e vou crescer. Vou não dar importância a quem a não tem. Vou ser mais eu! Outra vez! Já o consegui fazer, por isso sei que o vou conseguir de novo!
Quero...
Vou...
mudar...
crescer...
Não vai ser já.
Daqui a pouco... muito pouco... um pequeno instante... só para pôr tudo no lugar antes... está mesmo quase...